Teve bola na trave, bola tirada em cima da linha, gol
anulado. No fim, Dudu marcou o gol que deu uma sobrevida ao Tricolor, e a
possibilidade de buscar o segundo e liquidar a fatura nos 90 minutos. Faltou o
que faltou nos 180 minutos da decisão contra o San Lorenzo: garra, frieza e
pegada. A Libertadores 2014 do Grêmio pode ser resumida da seguinte forma: o
Grêmio passou com louvor pelo “Grupo da Morte”, na primeira fase, mas no
mata-mata, a apatia foi a morte para o Grêmio.
No primeiro jogo contra o San Lorenzo, o time até que
suportou bem a pressão dos argentinos e no único lance de desatenção, tomou o
gol que, no fim das contas, definiu a parada. Em desvantagem no placar, o
Grêmio pressionou, encurralou o time argentino em plena Buenos Aires, mas nada
de gol. Barcos ainda perdeu o tiro livre indireto dentro da área que poderia
decretar um empate precioso fora de casa. Ironicamente, foi o mesmo Barcos que
perdeu o primeiro pênalti da decisão que acabou com a trajetória do Grêmio
nessa Libertadores. O segundo tempo de Buenos Aires dava impressão de que o
jogo de volta seria um massacre. Não foi.
No jogo de volta, na Arena, o Tricolor teve um primeiro
tempo apático, apesar de duas boas chances perdidas por Barcos. A primeira ele
encobriu o goleiro, mas o zagueiro conseguiu correr e tirar a bola em cima da
linha. Na segunda, Barcos escorou na pequena área e o goleiro tirou com o
ombro. De resto, foi um primeiro tempo dos sonhos para os argentinos e dos
pesadelos para o Grêmio: muita cera, toque de bola e o Grêmio tentando fazer a
ligação direta. No segundo tempo, foram pouco mais de 10 minutos de pressão,
com direito a um gol bem anulado, num impedimento de Barcos, depois da cobrança
de escanteio. Depois da pressão, os argentinos voltaram a equilibrar o jogo,
até que tomaram o gol. Chegaram algumas vezes com perigo ao ataque, mas
pareciam satisfeitos em levar a definição para os pênaltis. E não foi por
acaso.
Para a continuidade da temporada, é preciso ser sincero: a
expectativa é de mais um ano em branco. Mesmo assim é importante manter
Enderson Moreira, que perdeu uma Libertadores e perdeu de forma vexatória o
Gauchão. A questão é que ele teve pouco mais de quatro meses de trabalho. É importante
manter o treinador, tentar garantir a volta à Libertadores em 2015 e dar
continuidade ao trabalho. Com uma temporada inteira, Enderson pode ser cobrado,
aí com razão, no ano que vem.
#foraEnderson
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