sábado, 1 de dezembro de 2012

OLÍMPICO ETERNO




A nenhum habitante da Pátria de chuteiras esse domingo passará despercebido. Nenhum coração gremista atravessará esse domingo sem um aperto no coração – e somos contados aos milhões. No confronto com o Internacional, no Grenal, presenciaremos in loco ou pela televisão – infelizmente este repórter terá que se contentar com a telinha – a última batalha do velho Olímpico. Eterno Olímpico. Só quem gosta de futebol e dentre estes, só quem torce pelo azul o preto e o branco do Grêmio sabe o que sentiremos. Depois que o londrinense Héber Roberto Lopes (e vê se não erra contra o Grêmio hoje, Héber!) apitar o fim do Grenal, as mesmas arquibancadas que literalmente já “rugiram” em muitas batalhas – e rugirão pela última vez hoje – ficarão definitivamente silenciadas.

O Olímpico foi o primeiro estádio de futebol em que eu entrei em minha vida. Lembro que em algum lugar dos anos 70 fui lá pela primeira vez. Não lembro o ano e nem o adversário, mas me lembro muito bem de entrar – o jogo já estava em andamento –, avistar aos poucos o gramado, sentir o cheiro da grama e ouvir o barulho da torcida. Lembro de tudo. Lembro de frequentar jogos no Olímpico durante a infância. Meu pai ia e levava os dois filhos mais velhos. A mim e a meu irmão [então] caçula, a oferta era uma moeda para comprar sorvete ou o jogo. Eu sempre preferi o jogo. Meu irmão, que ficava com o sorvete não deve lembrar de que sabor era.

Lembro do Tarciso, que chegou ao Grêmio nos anos 1970 e foi campeão do mundo em 1983. Numa jogada perto da lateral onde eu estava, o zagueiro adversário tentou jogar a bola nas pernas do Tarciso para ganhar o lateral. O nosso camisa 7, que nessa época cabia a quem jogava como ponteiro direito, tirou a perna e o lateral era nosso. A torcida aplaudiu.

A história de 58 anos do Olímpico chega ao fim hoje. Racionalmente sabemos que a Arena era necessária, que com ela o clube vai crescer ainda mais. Se o coração prevalecesse, prevaleceria o Olímpico. Mas o estádio ficaria obsoleto em poucos anos e por isso a Arena é inevitável. Mesmo assim é triste pensar no fim desse grande palco do futebol brasileiro. O Olímpico sempre esteve longe de ser uma maloca, mas parafraseando Adoniran Barbosa, em março, quando nosso velho estádio for demolido, cada tijolo que for derrubado vai doer nos corações triclores. Que podem ser contados aos milhões...

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